Hoje o assunto é chulé, e para quem pensava que esse era um problema que acometia apenas adultos, se enganou. Até mesmo os bebês podem sofrer com esse mal e, se não cuidar à tempo, correm o risco de se tornarem adolescentes e até adultos com graves problemas de mau odor nos pés. 
"O chulé, ou bromidrose, nada mais é do que a secreção de suor que se torna mal cheirosa graças à decomposição de bactérias que ela propicia. Ocorre em alguns bebês em fase de amamentação de uma forma mais branda do que nas crianças acima de 3 anos, adolescentes e adultos", explica a podóloga Mildre Buorlo.
Essa diferenciação de cheiros tem uma explicação científica: o suor do bebê vem das glândulas écrinas e, portanto, não produz cheiros perceptíveis, é um odor próprio de bebê e é relacionado às sensações causadas pela oxitocina - hormônio do amor e do prazer. 
Uma grande quantidade de oxitocina é liberada para o recém-nascido durante o trabalho de parto e a amamentação. Daí o chulezinho de bebê ter apenas um leve cheirinho de azedo, chegando às vezes ser considerado "gostosinho de sentir" pelos pais corujas.
      
"A bromidrose é causada por vários fatores e pode surgir com mais intensidade nas crianças com tendência à hiperidrose, que é a produção excessiva de suor pelas glândulas sudoríparas. 
O desenvolvimento da bromidrose ocorre principalmente em zonas onde as bactérias conseguem permancer e multiplicar-se com mais facilidade devido à umidade e temperatura propícia, como é o caso dos pés", ensina a especialista, que alerta para o tipo de meias e calçados que devem ser evitados.
"Calçados e meias sintéticas e sandálias de plástico agravam ainda mais o problema do chulé. Por isso os pais devem optar por meias de algodão, que ajudem a manter os pés secos por mais tempo, evitando a proliferação de fungos; assim como o uso de calçados corretos, preferencialmente abertos ou feitos com tecidos não-sintéticos, que deixem o pé 'respirar'.
Outra dica é usar os calçados em dias alternados, de preferência colocá-los no sol ou em uma área ventilada para eliminar a umidade. Não guarde direto no armário! Quem optar por lavá-los após o uso, evite fazê-lo em épocas de chuva, pois tecidos que não perdem todo o sabão ou que demoram a secar, adquirem odor desagradável".
A podóloga vai além na lista de vilões dos pezinhos. Segundo Mildre, a má higiene dos pés também podem propiciar o aparecimento da bromidrose. "Cortar e limpar as unhas com frequência; trocar as meias diariamente, se necessário duas vezes ao dia; manter os pés bem secos; e, sempre que possível e se a temperatura ambiente permitir, deixar a criança descalça em casa; são procedimentos que evitam o problema. É importante lembrar que não adianta encher o pezinho ou o calçado da criança de talco, se não seguir esses conselhos. Em alguns casos até piora a situação.", orienta. 

10 passos para evitar o "chulezinho"

1) Lavar bem os pezinhos dos bebês, principalmente nas dobrinhas;
2) Secar bem os pés após o banho, especialmente entre os dedos e dobras;
3) Trocar as meias pelos menos 2 vezes ao dia;
4) Evitar calçados e meias sintéticas, dando preferência ao algodão;
5) Preferir calçados abertos;
6) Colocar os calçados no sol e mantê-los sempre limpos;
7) Cortar e limpar as unhas frequentemente;
8) Deixar a criança descalça em casa;
9) Evitar lavar os calçados em dias chuvosos;
10) Evitar sandálias de plástico.






Fonte: Estação do bebê.